Comemorado nesta sexta-feira (27/6), o Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de reconhecer a relevância desses negócios em todo o mundo. A data busca ampliar a conscientização sobre o papel fundamental das MPMEs na conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), previstos na Agenda 2030 da ONU.
Segundo a entidade, essas empresas são essenciais para o cumprimento de metas como erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, trabalho decente e crescimento econômico, além de avanços em indústria, inovação, infraestrutura e redução das desigualdades.
No Brasil, além do impacto social, as micro, pequenas e médias empresas também têm papel central na economia. Confira 6 dados que comprovam o espaço e o potencial desses empreendimentos no País:
1. Maioria entre as empresas brasileiras
De acordo com o Mapa de Empresas, divulgado pelo Governo Federal, o primeiro quadrimestre de 2025 registrou 23.205.843 empresas ativas, considerando matrizes, filiais e microempreendedores individuais (MEIs). Desse total, 93,6% são microempresas ou empresas de pequeno porte.
2. Crescimento acima do PIB
As pequenas e médias empresas (PMEs) apresentaram um ritmo de crescimento superior ao da economia como um todo em 2024. O faturamento dessas empresas cresceu 4,5% no ano, superando o Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em 3,4%. Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha 736 atividades dos setores de Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços. O Comércio foi o principal motor do avanço, com alta de 8,1%, seguido pelo setor de Serviços, que registrou crescimento de 2,5%.
3. Liderança na geração de empregos
As micro e pequenas empresas (MPE) lideraram a geração de empregos no país em 2024, com crescimento de 3,41% em relação a 2023. Ao todo, foram criados 1.222.972 postos de trabalho, frente a 1.182.632 no ano anterior. A análise é do Sebrae, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As MPE foram responsáveis por sete em cada dez vagas abertas na economia em 2024.
Em 2025, entre janeiro e abril, essas empresas contrataram 546.833 pessoas, o que representa quase 60% do total de novas admissões. Somente em abril, as MPE foram responsáveis por mais de 171,2 mil vagas — 66,5% do total criado no mês.
4. Expansão expressiva no e-commerce
O comércio eletrônico também tem impulsionado o crescimento dos pequenos negócios. Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com dados da Receita Federal, as vendas online das micro e pequenas empresas brasileiras saltaram de R$ 5 bilhões em 2019 para R$ 67 bilhões em 2024 — um aumento de quase 1.200%.
Entre médias e grandes empresas, o e-commerce também cresceu, passando de R$ 49 bilhões para R$ 158 bilhões no mesmo período, uma alta de 220%. No total, o faturamento do comércio eletrônico no Brasil passou de R$ 5 bilhões em 2019 para R$ 225 bilhões em 2024.
5. Exportações dobram em dez anos
O número de pequenos negócios exportadores no Brasil mais que dobrou em uma década: passou de 5,4 mil em 2014 para 11,4 mil em 2024. Levantamento do Sebrae, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostra que a participação das empresas de pequeno porte entre os exportadores nacionais cresceu de 28,6% para 39,6% no período — um aumento de 11 pontos percentuais.
O avanço acompanha o crescimento no volume de operações. Em 2014, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por US$ 1,15 bilhão em exportações. Já em 2024, esse valor saltou para US$ 2,62 bilhões — um aumento de aproximadamente 130% nas vendas ao mercado internacional.
Isso aumentou a busca por apoio na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que, em 2024, atingiu o marco histórico de 20.596 empresas apoiadas, das quais 54,2% (11.172) eram de micro e pequeno porte. O número representa um crescimento de 50,1% em relação ao ano anterior.
6. Lucro médio em alta
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV) Social, o lucro médio efetivo dos pequenos negócios brasileiros atingiu, no fim de 2024, o ponto mais alto da série histórica: R$ 3.681 mensais. O valor representa um crescimento real de 8,61% desde 2022.
A mesma pesquisa revela que ainda há grandes disparidades entre os diferentes perfis de negócios. Os empreendedores solo, por exemplo, lucram em média 60,05% menos do que os empregam funcionários. Além disso, os negócios sem CNPJ apresentam rendimentos 25,82% inferiores aos registrados por empresas formalizadas.
